Design Pattern Prototype: Aplicações Práticas e Como Usar nos Dias de Hoje

Design patterns são fundamentais para um bom projeto de software, mas é importante lembrar que eles foram criados em contextos bem diferentes dos atuais. Neste artigo vamos explorar o Prototype Pattern e entender como aplicá-lo de forma prática nas arquiteturas e ferramentas modernas.

O conteúdo a seguir é baseado em um vídeo da nossa série sobre engenharia e arquitetura de software. Se ainda não assistiu, inscreva-se no canal para acompanhar as demais aulas.


Caso prefira, assista ao vídeo:


Por que repensar os Design Patterns?

Muitas vezes caímos na armadilha de aplicar um padrão exatamente como descrito nos livros clássicos, sem considerar a evolução das linguagens e ferramentas. A proposta aqui é revisitar o Prototype e mostrar como ele se encaixa no cenário atual.


Quando usar o Prototype?

O Prototype é ideal quando precisamos clonar objetos de forma eficiente. Mas em quais situações isso realmente se aplica?

1. Objetos de alto custo de construção

Imagine um objeto que leva 200 – 300 ms para ser montado (vários acessos ao banco, leitura de XML, etc.). Em uma aplicação com muitas requisições, podemos criar o objeto uma única vez, mantê-lo em memória e trabalhar apenas com clones — reduzindo o tempo de criação para 20 – 50 ms.

2. Objetos com atributos privados

Ao usar bibliotecas de terceiros, muitas vezes não temos acesso direto aos atributos internos. O Prototype garante que o clone terá todos esses dados, sem precisar manipular cada campo manualmente.

3. Clonagem dinâmica com tipos desconhecidos em tempo de execução

Quando uma SDK pode retornar objetos diferentes (por exemplo, User ou Account), basta chamar clone() no objeto recebido, sem precisar conhecer sua classe concreta.

4. Interfaces de usuário (UI)

Em frontend (React/Angular), se você tem um botão customizado e precisa duplicar o componente mudando apenas o texto, clonar evita duplicação de código e garante consistência visual.


Exemplo prático com Django

Vamos usar a biblioteca django-clone, que facilita a clonagem de models.

from django_clone.mixins import CloneMixin
from django.db import models

class TestModel(CloneMixin, models.Model):
    title = models.CharField(max_length=255)
    tags = models.ManyToManyField(Tag)

O CloneMixin traz automaticamente o método clone(), sem necessidade de implementar nada manualmente.

Fluxo de clonagem

  • ConcretePrototype: TestModel
  • Client: view, controller ou serviço que usa o model
  • Prototype Interface: funcionalidades fornecidas por CloneMixin
# Criando o objeto original
test_object = TestModel.objects.create(title="Meu título")
test_object.tags.create(name="Tag1")
test_object.tags.create(name="Tag2")

# Criando o clone
test_object_clone = test_object.make_clone()

O clone recebe um novo ID no banco e cópias das tags associadas, economizando tempo e garantindo integridade.


Shallow Copy vs Deep Copy

Ao clonar objetos complexos, é essencial entender a diferença:

  • Shallow copy: clone aponta para as mesmas referências internas; mudanças em um afetam o outro.
  • Deep copy: todas as estruturas internas são duplicadas, criando objetos independentes.
import copy

arr1 = [1, 2, 3]
arr2 = [4, 5, 6]
original = [arr1, arr2]

# Shallow copy
clone = copy.copy(original)

# Deep copy
deep_clone = copy.deepcopy(original)

Em sistemas que envolvem banco de dados, avalie se precisa de cópia rasa ou profunda para evitar referências compartilhadas indesejadas.


Conclusão

O Prototype Pattern continua extremamente útil, desde que aplicado com inteligência:

  • O objeto é caro para construir?
  • Preciso clonar sem acessar atributos internos?
  • O tipo pode variar em tempo de execução?
  • Clonagem melhora manutenção no frontend?

Se respondeu sim a alguma dessas perguntas, o Prototype é um forte candidato.

Quer se aprofundar? Confira o vídeo completo sobre Strategy Pattern e a nova série de Clean Code na prática. Compartilhe este artigo com quem possa se beneficiar e deixe suas dúvidas nos comentários!

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